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Ass: Elienai Soares

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Camões = Amor

 Alma minha gentil, que te partiste

Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Algu~a cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

                        Luís de Camões




O que eu posso dizer?
Camões o poeta do amor!
Quando fala-se em amor, lembro logo de Camões e dos estudos de Literatura no ensino médio. Outro poema que nos remete à lembrança de Camões : Amor é fogo que arde sem se ver...
Que foi até utilizado para fazer a propaganda da O boticário um tempo desses...
Camões é perfeito!
O amor dele é tão perfeito quanto ele. Inexplicável, essa é a palavra certa para descrever a emoção de se ler poemas de Camões.
Semestre passado, conheci e me apaixonei. ( antes, um pouco leiga em Camões)
Apaixonar-se! ôOÔ verbo difícil e tão complicado de se conjugar.
Porém, parece que para Camões é tão fácil usar palavras deste campo semântico! ( =Amor)
Existe alguém que descreve melhor o amor?
E nesse poema acima o amor vai além da morte, o amor vai além da vida...O amor é terno e sublime...
ô Camões! sempre dá aquela vontade de amar quando te leio!kkkk

a mulher, em Camões é como a musa platônica ( que lindo, que inspirador)

 e se juntarmos dois poemas e fizermos uma análise. Juntarmos com vinícius de Morais?

o Clássico e o Moderno... Que lindooo!

Total emoção. 

terça-feira, 28 de junho de 2011

paródia: No meio do caminho tinha um traste!!!

    No meio do caminho tinha um traste
    tinha um traste no meio do caminho
tinha um traste 
no meio do caminho tinha um traste. 
Nunca me esquecerei desse acontecimento 
na vida de minhas memórias tão sarcásticas. 
Nunca me esquecerei que no meio do caminho 
tinha um traste. 
tinha um traste no meio do caminho 
no meio do caminho tinha um traste. 
Agora não tem mais , e fim. 


Poeta?

Ser poeta é estar em um paralelo entre a poesia e os sentimentos.
Preciso sentir para escrever?
Preciso de inspiração para poetizar?
Para falar de amor é preciso amar?
Acho que não.
O desejo de escrever vai além daquilo que se sente,
vai além daquilo que se vê,
daquilo que se sonha.
A prática da escrita é a realização do sonho e da visão poética...
Quero escrever por escrever.
Quero escrever sem pensar para quem escrever,
ou se alguém vai querer ler o que eu escrevo!
Escrevo porque gosto, porque escolhi "gostar".
A partir do momento em que se escolhe,
abandonamos o que não escolhemos (Claro!)
Ser poeta é tudo isso e mais um pouco
Deve ser,
Sei não.
Só sei que quero um dia chegar lá 
quero descobrir.

Ass: Elienai Soares Souza

sábado, 25 de junho de 2011

UM EXEMPLO DE MULHER: minha vó

O último dia que vi minha vó comigo, pra mim, foi marcante. um dia antes dela ir para o céu, eu ia dormir lá na casa dela. Ela sempre com cuidado em mim ( acho que já estava sentido alguma coisa)
ela disse: é melhor você ir pra casa, pra os seus pais não ficarem preocupados... Então eu fui embora de lá... Ela , como sempre se despediu com recomendações: passe a pista com cuidado!
Outra coisa que marcou, nesse dia,  foram essas palavras:
" eu amo tanto o mês de setembro..."
Eu não sabia o porquê daquela declaração instantânea de amor repentino por um mês do ano! No dia 28 de Setembro de 2011 vai fazer 4 anos que ela se foi. Fiquei curiosa e fui perguntar porque minha vó gostava tanto do mês de Setembro. Uma tia minha disse que foi o mês que ela CASOU com meu avô. Um amor que ultrapassou a linha do tempo... Ela o amou a vida toda! com apenas 11 anos de casada  (9 filhos, sendo q dois morreram) ela ficou viúva, com 33 anos e sete filhos, nunca mais casou! Eu entendo...
E penso em um dia amar assim. ( sem a parte da viuvez e os 9 filhos...claro!)
Minha vó foi e é um exemplo de uma mulher batalhadora q criou 7 filhos com meio salário mínimo. Enfrentou carros e carroças pra criar os filhos. Hoje, guardamos o exemplo dela e tomamos sua vida como ponto de partida para o sucesso e a felicidade.

Sempre vou amar minha vó Nira.

Lembranças da minha infância

Ao lembrar da minha infância, recordei alguns momentos importantes (pelo menos para mim). Lembrei de uma professora maravilhosa que tive. Lembrei de quando ela tentava nos "culturalizar" com MPB ( No tempo que não existia outra sigla que acabou por extinguir o valor musical do cantor: MP3). Pois é, Professora Gleide, esse é o nome dela... Estudei com ela na alfabetização, essa quem me ensinou a ler e escrever "direito", dentro das linhas do caderno. Foi essa pessoa tão especial que me fez gostar de MPB e saber reconhecer uma música boa. Músicas como "Brasil, meu Brasil brasileiro, meu mulato inzoneiro vou cantar-te nos teus versos...", " numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo, e com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo..." (ambas aquarelas). Além dessas, lembro músicas como : " é, a gente quer valer o nosso amor, a gente quer valer nosso suor...", a qual é música tema de uma novela da record ( foi assim que tive essa lembrança). Lembro também dos dias da "família" na escola, a qual era um espaço reservado para festinhas comemorativas compartilahmento de saberes e não um lugar para venda de aprendizagem. Lembro que antes de entrar no ensino fundamental ( no tempo em que eu não sabia o que era série!), eu estudei com a professora Gleide e no fim do meu ensino fundamental 1 (4° série) estudei com ela também. A escola era um lugar tão gostoso de ficar! eu amava saber as palavras difíceis do hino nacional, cantadas por nós com o maior cuidado, pois nossos professores sempre nos diziam: " pra cantar o hino nacional é preciso estar com a mão esquerda pra trás ou pra baixo e a mão direita no coração, em reverência!". Foi aí que aprendi a colecionar palavras como: "inzoneiro", " pulchra", " Pendão", " excelsior", " plácidas", "retumbante"... e muitas outras que ficaram gravadas em minha memória. No dia das mães vinha o repertório de Roberto Carlos ,no dia da família cantavámos todos: " abençoa Senhor a família ,amém! abençoa Senhor, a minha também!".  A importância de um professor como mediador de aprendizagem e de valores sociais foi muito importante na minha vida. Cresci sabendo o que era bom, o que era ruim, o que é cultura e como a arte desperta a criatividade. Obrigado aos meus professores do primário por me proporcionarem o crescimento cultural partindo da infância. Pois foi lá, no primário, que me apaixonei pela Música Popular Basileira, pela Literatura de Cordel, por os hinos Nacioal, de Alagoas, da Bandeira... Enfim, por tudo que é bom.

Minha opinião sobre o novo livro didático...

Muitos linguistas podem explicar o porquê do livro "por uma vida melhor- coleção viver, aprender" colocar em debate uma questão tão polêmica que é a norma culta da língua portuguesa (versus) a linguagem não-padrão. O importante é a comunicação. A língua portuguesa, como qualquer outra língua, sofre variações linguísticas. Esse livro faz parte de uma tentativa de esclarecimento sobre as diferentes situações as quais estamos inseridos, ou seja, escrever ou falar com a sua mãe, com pessoas íntimas não pode ser igual à escrever para o presidente ou para o papa! Se sabemos disso na prática, para que criticar o que já usamos, utilizamos e reutilizamos constante, só porque agora foi passado para o papel, definitivamente?!É claro que é polêmico saber disso assim, sendo apenas questionado por quem não entende do assunto como programas de tv humorísticos e cassoam do próprio vocabulário! Ou vai dizer que falamos 100% "norma culta", ou que temos um computador gramatical nas nossas cabeças ??Claro que não. A língua é flexível às mudanças. Hoje o que falamos, o que escrevemos pode e vai ser , no futuro "errado", ou melhor dizendo "inadequado"( que é a palavra exata para ser utilizada nesse momento).O que está em questão na variação linguística é: o que pode ou ser utilizado em situações cotidinas e o que deve ser utilizado em textos que exigem a norma culta padrão da língua portuguesa. Mais polêmico que isso é a rejeição de sotaques de regiões estigmatizadas culturamente e ninguém discute sobre isso! O Brasil precisa ter consciência que o "diferente" daquilo que é estreitamente proposto não é errado! A criança precisa ser criada com a consciência crítica de que existem pessoas que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola, precisa entender que a língua dessas pessoas não é "errada" e sim obedece outras regras QUE FAZEM PARTE DE OUTRO TIPO CONTEXTO LINGUÍSTICO: O PORTUGUÊS NÃO-PADRÃO!Quer saber mais desse assunto? procure no google... "preconceito linguístico", " variação linguística", "português não-padrão, regras próprias"Ass: Elienai Soares Souza

Educação alagoana?

O professor não é Redentor e nem Salvador da educação! Não se pode associar o fracasso na educação brasileira com a atuação do professor em sala de aula! O professor "contribui" para uma melhor educação... e não: é culpado por tudo que acontece de ruim com nossa educação.
E principalmente: o professor alagoano não é culpado por Alagoas estar dentre os piores índices de educação brasileiros.

Fora todos aqueles que riem e zombam da nossa classe!
Fora todos aqueles que protestam às avessas contra com o poder de greve que um cidadão possui!

Refletindo com a família...

Um dia estava com minha avó e pensei em explicar um pouco sobre variaçãoes linguísticas. Minha vó é analfabeta e não teve oportunidade de estudar em escola secundária. Porém, o conhecimento dela é bem mais amplo que o meu quando se trata de" cozinhá", de remédio e "fazer conta". Estva com ela no quarto, e já cansada de ouvir os preconceituosos linguísticos mangarem dela porque ela fala "errado" ( o que não é verdade!), resolvi treinar com ela algumas respostas para ela aprender a se defender:
_ Olha vó, quando vierem dizer que a senhora fala errado, a senhora vai dizer o seguinte : meu filho(a), eu não falo errado, eu falo um português diferente do que você aprendeu! Eu falo uma variedade da lingua portuguesa! eu falo um português não-padrão!
Então ela sorridente repetiu o que eu falei:
_ meu filho(a), eu não falo errado, eu falo um português diferente do que você aprendeu! Eu falo uma variedade da lingua portuguesa! eu falo um português não-padrão!E se quiser vá falar com a minha neta que ela vai explicar mais! Ela é professora de Português!
Então comecei a rir também...
_ é vó! qualquer coisa mande falar comigo que fecho com a cara de um! Porque o que a senhora fala é um tipo de variação linguística !
_ É, o que eu falo é uma variação linguitica... Por falar em linguiça...Teu avô comprou hoje lá no bompreço, tava bem baratinha!kkkk
_ Vó a senhora é uma gracinha!kkkkkkk

Coisas estranhas que acontecem com um professor

Um dia estava passando uma atividade de inglês para uma turma de q uinto ano. Assunto mais propício à discussão: adjetivos. O que é bonito e o que é feio? Quem sabe lá! Muito menos uma criança de quinto ano do ensino fundamental. Em uma sala repleta de crianças, achei algo bem interessante de se reflletir: uma questão sobre assimilação por desenhos! Nossa, quando era criança era bem diferente! O desenho a ser assimilado com a palavra era à base da fotocopiadora à àlcool e à manivela!é sério! mas o que quero enfatizar não é como o papel do exercício foi impresso e sim como aquela criança, ao responder aquela atividade sobre adjetivos, me abordou. Peguei o livro com o exercício e disse:_" ô menino venha cá!Me explique isso aqui" ( a criança tinha colocado Ugly na figura de um rapaz, e handsome na figura d eum monstrinho).A criança chegou pra mim e disse: "_ Ah tia, a resposta é essa ?". E eu respondi: " primeiro eu quero saber se você sabe o significado dessas palavras!" . e o pior de tudo é que ele sabia!: " ugly é feio e handsome é bonito!" e eu insisti:" Então, Por que foi que você colocou Ugly na figurinha do rapaz da foto, e handsome no mostrinho?!" Ele me disse: " Ahhhhh... foi porque eu achei  o mostro mais bonito do que esse cara!" Quem sou eu pra discutir o gosto de uma criança!????

Histórias nordestinas...

O Enterro do cachorro
( romance popular do nordeste)

Mandou chamar o vigário:
_ pronto!- o vigário chegou.
_ as ordens sua excelência!
O bispo lhe perguntou:
Então, que cachorro foi
Que o reverendo enterrou?
_ foi um cachorro importante,
animal de inteligência:
ele, antes de morrer,
deixou a Vossa excelência
dois contos de réis em ouro.
Se eu errei, tenha paciência.
_ não errou não meu vigário,
você é um bom pastor.
a culpa é do portador!
um cachorro como esse,
Se vê que é merecedor!

(SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida. In Teatro moderno. Rio de Janeiro, 34º ed, 1999, 203 p.)
Foi com base nessa e em outras histórias populares que Suassuna se baseou para escrever seus livros. Suassuna, grande gênio.